Dr. Luciano Engelmann Morais é Dentista e Cirurgião Bucomaxilofacial em Porto Alegre, Rio Grande do Sul (Brasil). Atua desde 1999 em consultório e hospitais, tendo experiência em cirurgia dentária e alveolar, implantes dentais, cirurgia ortognática, cirurgia de fratura de ossos faciais e tratamento de disfunção temporomandibular. Lecionou como professor convidado e regular em cursos de graduação e pós-graduação no RS e Brasil na área de CTBMF e Implantes Dentais.
É também mestre e doutor em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial (PUCRS), participou do curso de Estética e Implantes Dentais pela Harvard School of Dental Medicine (Boston, EUA), além de ser membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial;
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Ortodontia Descomplicada: Hoje em dia já temos evidência que apontam que os terceiros molares não têm necessariamente uma relação de causa e efeito com o apinhamento dentário que ocorre no início a época adulta e sua extração por esse motivo pode não ser justificada 12, mas eles estão ligados a uma série de outros problemas. O ortodontista acaba acompanhando o paciente durante todo esse período e pode ser o primeiro a observar esses problemas. Quais são os sinais que os ortodontistas devem ficar atentos para avaliar a necessidade dessa indicação, ou ela deve ser feita rotineiramente?
Dr. Luciano Engelmann Morais: Os sinais que servem como alertas são:
- proximidade da coroa do terceiro molar com a raiz do segundo molar;
- aumento de espessura do folículo pericoronário para mais de 3mm (risco aumentado para desenvolvimento de cistos e tumores);
- redução da espessura do ligamento periodontal do segundo molar, junto com a presença do terceiro molar mésio-angulado (pode ser uma sugestão de início de reabsorção da raiz do segundo molar);
- presença de imagem radiolúcida na raiz do segundo molar com coroa de terceiro molar impactado (risco de início de cárie radicular);
- presença de edema e/ou sangramento gengival persistente na região de mucosa da distal do segundo molar, associado com linfadenopatia na região submandibular (pericoronarites frequentes).
- Terceiros molares erupcionados, com função oclusal e espaço no perímetro adequados;
- Terceiro molares retidos, sem sinal aparente de reabsorção da raiz do segundo molar, sem sinal de presença de cistos ou tumores associados;
- Terceiros molares parcialmente retidos, sem histórico de pericoronarite, em pacientes que completaram o crescimento esquelético, sem indicação de tratamento ortodôntico;
- Terceiros molares retidos, submucosos ou intra-ósseos em pacientes adultos que não demonstrem sinais sugestivos de desenvolvimento de doenças relacionadas na avaliação radiográfica anual
A conduta indicada é de consulta de revisão anual, associada a radiografias de controle também anuais. A forma mais simples é a radiografia panorâmica. Desta maneira, eventuais alterações não passam despercebidas e podem ser manejadas em tempo.
- o terço cervical da raiz facilita a remoção do elemento dentário, por não permitir o dente “girar”durante a aplicação de forças de luxação do dente;
- com a formação incompleta do processo radicular do dente, diminuem os riscos de dilacerações, curvas e proximidade da raiz com estruturas anatômica importantes como o conduto alveolar inferior e o seio maxilar, além das raízes dos dentes adjacentes;
- nesta fase de desenvolvimento do elemento dentário, o paciente mais jovem tem um padrão cicatricial pós-operatório mais elevado, o que justifica a realização do procedimento neste período.
- Zwawi KH, Melis M. The role of mandibular third molars on lower anterior teeth crowding and relapse after orthodontic treatment: A systematic review. The Scientific World Journal. Article ID 615429, 2014 ↩
- Costa MG, Pazzini CA, Pantuzo MCG, Jorge MLR et al, Is there a justification for prophylactic extraction of third molars? A systematic review. Braz Oral Res, 2013;27(2):183-8. ↩
- Management of third molar teeth. AAOMS; 2016. Disponível aqui ↩
Cirurgião-dentista, especialista em ortodontia pela ABO-GO com 10 anos de experiência. Mestre e doutorando em ciências da saúde pela UFG. Professor nas universidades Fasam e Integra, membro da diretoria da Associação Brasileira de Ortodontia (ABOR-GO). Credenciado no sistema Invisalign e apaixonado por ensino, música e tecnologia. Artigos publicados neste blog, sites e revistas científicas.